Meninos e meninas aqui fica um pequeno manifesto sobre o que são os meus "dez mandamentos" da Dança Oriental. Na verdade o texto que vos apresento não é dogmático nem possuí o dom da exclusividade, pois como poderão verificar e se pesquisarem na internet, existe uma diversidade de textos e reflexões com este tema. Apesar de me ter inspirado em dois textos diferentes - um da Lulu Sabongi, que irei disponibilizar-vos mais tarde, e outro anónimo; quis reunir neste manifesto os ideais com que me identifico e que penso serem essenciais para a minha conduta como professora e bailarina. Aqui vai:
1º NÃO AOS CANÔNES DE BELEZA. Não existem Mulheres ou Homens feios na Dança Oriental. Não há um protótipo de Beleza, mas sim diferentes formas de ser Belo. Reconhecer e valorizar as particularidades e/ou qualidades que nos tornam únicos é meio caminho andado para gostarmos de Nós mesmos e sermos sublimes naquilo que fazemos.
2º NÃO Á ARRONGÂNCIA DA IGNORÂNCIA. Tudo é reapre(e)ndido. Reapre(e)nde-se a DANÇAR, A RESPIRAR, A EXPRESSAR-SE PELO O OLHAR, PELO O CORPO, PELO O SORRISO, PELO O CARISMA. Partir para a aprendizagem como uma criança que está disponível e totalmente aberta para descobrir a Vida. SEJAMOS UMA TÁBUA RASA DE LIVRE ESPÍRITO!!!
3º NÃO FECHAR PORTAS A QUEM VEM TER CONNOSCO. Nunca devemos julgar que somos técnica ou espectacularmente melhores que ninguém pois haverá sempre quem nos ensine... mesmo que dance "menos" do que nós.
4º NÃO À AUTO-COMISERAÇÃO. Jamais dizer a si mesmo que não consegue realizar um movimento ou executar um passo só porque tem dificuldades ao tentar fazê-lo! Uma dificuldade é um desafio e não passa de um instrumento de evolução para o aluno.
6º NÃO À PROFANAÇÃO: O CORPO COMO UM TEMPLO SAGRADO. Como professores devemos ter a consciência de que somos os guardiões de um templo sagrado. Guardamos a confiança que os alunos depositam em nós e zelamos pela sua integridade física. Por isso para dar aulas é EXTREMAMENTE ESSENCIAL que tenhamos noções de anatomia e que passemos esse conhecimento aos nossos alunos. Porém como bailarinos devemos ter uma atitude coerente com os pensamentos que divulgamos e não profanarmos a nossa própria imagem com banalidades e incoerências. Se queremos ser respeitados temos que respeitar e dar-nos ao respeito.
7º NÃO Á IDOLATRAÇÃO E À DESUMANIZAÇÃO. O professor que incentiva os seus alunos á sua idolatração não é nem bom professor nem bom bailarino, pois ninguém é o exemplo de perfeição e ao colocarmo-nos nesta situação estamos a permitir aos nossos alunos que nos privem do direito NATURAL de sermos imperfeitos. Lembrem-se que eles também são o nosso público e ao deseducá-lo compactuamos com a banalização da nossa privacidade. "O MEU LIMITE TERMINA QUANDO O DO OUTRO COMEÇA. E VICE-VERSA"
9º NÃO À BANALIZAÇÃO E IN/ACULTURALIDADE. Para defendermos o que amamos temos que conhecer a arte abraçada. Como diria um professor que tive na escola de Teatro: "NÃO SE AMA AQUILO QUE NÃO SE CONHECE E A VIDA APRENDE-SE DEVAGAR". Ao divulgar-mos um trabalho o qual não sabemos contextualizar e nem sequer respeitar a sua origem é tão certo como ao destino que NUNCA seremos valorizados, dignificados e respeitados pelo o que fazê-mos.
Maria de Mendonça;)
1 comentários:
Gostei!
Houvesse mais bailarinas a seguir estes mandamentos, e o mundo da dança oriental seria muito mais construtivo.
Enfim,haverão sempre almas pequenas...
Beijinhos :)
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