Mariam Mendonça

Mariam Mendonça

Sobre o Blog

Este blog tem como objectivo principal a divulgação do meu percurso pela Dança Oriental tal como toda a sua cultura inerente. Visa também ser um ponto de encontro para todos os amantes desta dança. Aqui podem encontrar documentos de investigação, páginas sobre eventos, receitas Árabes, etc.

SEJAM BEM-VINDOS E PARTICIPEM

YALLAH!!!

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Aula Exprimental de Dança Oriental

quarta-feira, 3 de novembro de 2010




AULA EXPRIMENTAL DE DANÇA ORIENTAL COM MARIA DE MENDONÇA

NÍVEL: INICIAÇÃO

MATERIAL: LENÇO SEM MEDALHAS PARA POR À CINTURA; ROUPA CONFORTÁVEL QUE DEIXE VISUALIZAR OS MOVIMENTOS DE JOELHO E BARRIGA.

*NÃO É PERMITIDO USAR CALÇADO DE RUA

LOCAL: CABANA DE EMOÇÕES, GALAMARES-SINTRA (ONDE ERA O ANTIGO CAMPO DE GOLFE)

DATA E HORA: 6/11/10 DAS 19.00H ÁS 20.30H

MAIS INFO:

*MARIA DE MENDONÇA

96 287 65 51

mariabellydance@hotmail.com

http://www.facebook.com/event.php?eid=159334710771156&num_event_invites=0#!/event.php?eid=159334710771156

ou ainda Diana Ramalho

96 126 36 62

http://www.cabanagalamares.blogspot.com/

YALLAH HABIBIS



oMaria de Mendonça
Bellydance t

Blog Stand By

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Olá Seguidoras e Seguidores,
Como já devem ter reparado o Blog está em Stand By... mas por pouco tempo pois há-de regressar aproximadamente dentro de 15 dias com novidades deliciosas.

Eis que vos desvendo a ponta do véu:

1) Eventos e workshops - Nacionais/Internacionais, como por exemplo Hossam e Serena Ramzy em Portugal;
2) Mais professoras e seus novos programas de aulas - Estúdio Semente e Iris Lican;
3) As definições dos diferentes estilos inerentes à Dança Oriental;
4) Como preparar uma aula de dança, como executar um aquecimento/relaxamento, diferenças entre aquecimento/relaxamento e alongamento;
5) Quais os ossos/músculos do corpo humano;
6) Links para outros Sites;
7) SURPRESA DAS SURPRESAS.... NOVOS ESPAÇOS A SEREM DESENVOLVIDOS NO BLOG:
ESPAÇO HAMÃ!!! Dedicado á área da saúde, nutrição e beleza onde irão ser abordadas a vertente saudável, alternativa, biológica e verde.


E MTOOOOOOOOOOOO MAIS ;)
FIQUEM ATENTOS E NÃO PERCAM AS CENAS DOS PRÓXIMOS EPISÓDIOS PORQUE NÓS TAMBÉM NÃO!!!
YALLAH.
Maria de Mendonça.

Workshop Asmahan

sexta-feira, 1 de outubro de 2010


Estúdio Dilshadance



Estúdio Dilshadance

Marquês do Pombal - Lisboa Rua Joaquim António de Aguiar nº 35 7º Esq, Lisboa Portugal.

Regina Nurenahar;

sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Arabesk - estúdio de Cultura Hindú Arábica
Dança do ventre
Tribal Dance (ATS)
Tribal Fusion
Oriental Kids
Percussão árabe
Leitura de Tarôt

e-mail: regina.dancadoventre@gmail.com
Telm: 93 220 82 49

Ruta de la Seda México 10

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais informações:
rutadelasedamexico@yahoo.com

Espectáculo Gypsy Dance Fest 10

Sábado, dia 9 de Outubro de 2010
Teatro Paradillo; Madrid
Entrada:15€
Participação Especial: Wendy Buonaventura (UK)
Artistas Internacionais:
Maria Robin (FR)
Lucia Zahara (FR)
Valerie Romanin (FR)
Patricia Alvarez (ES)
Carovane Tribale (IT)
Carolina Grandela (ES)
Natalia Bonanese (IT)´
Nensi Bego (AL)
Vidhi Bodganovska (UKR)
Amira Németh (HU)

Taifas; Espacio Pirámides



Grande concerto pelas mãos de três grandes maestros, reconhecidos nacional e internacionalmente: Fain Dueñas, Javier Paxariño e Nono Gracia; que se juntaram para formar TAIFAS, um projecto de fusão flamenco.

Fain Dueñas foi o fundador e director artístico do internacionalmente aclamado grupo RADIO TARIFA; Javier Paxariño é pioneiro na fusão de diferentes músicas com instrumentos oriundos de outras culturas; NoNo Gracia grande guitarrista de flamenco, também pioneiro na fusão do flamenco e das músicas do mundo.

Curso de Ritmos Basicos; Prof. Américo Cardoso

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Para mais informações enviar e-mail para:

BDSS Bombay Tour

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Bellydance Superstars
1830 N.Sierra Bonita
Los Angels California 90046
United States

O Ballet na Dança Oriental

segunda-feira, 13 de setembro de 2010



O Ballet na Dança Oriental


Quando criamos uma coreografia estamos a enveredar por caminhos não desbravados e naturalmente inicia-se um processo de incessante procura e descoberta. Grande parte dessa procura é estimulada pela conquista da perfeição dos movimentos e por consequência da coreografia em si. Creio que atingir a perfeição técnica é o desejo de qualquer pessoa, em especial o meu pois sou uma perfeccionista nata.




Tal característica, juntamente com a enorme teimosia e curiosidade também habituais em mim, leva-me por caminhos que à partida seriam impensáveis. Como estou neste momento a fazer uma coreografia de véu, que exige grandíssima elegância e leveza, senti a necessidade de voltar ao passado como que numa regressão às minhas raízes artísticas com o intuito de rever e corrigir toda a minha postura como bailarina e em palco. Sendo assim volvi até á minha tenra infância que foi marcada por seis anos consecutivos de Ballet Clássico… e reafirmo que efectivamente essa não é a minha praia. Depois de tanto “andar” de um lado para o outro com os pas de bourré, pas de chat, en tournée, etc apercebi-me mais uma vez que o Ballet é sem dúvida alguma fundamental para atingir excelência e eximia em qualquer estilo de dança como sendo a base e os pilares da nossa casa, para além de se revelar bastante útil para quem quer ensinar e coreografar. Se observarmos podemos concluir que o Ballet influenciou diversos estilos de dança com os seus movimentos - e suas variações, poses e deslocações em palco. Compreendemos também, ao analisar toda a História e evolução técnica que esta dança sofreu, que o Ballet é de longe, entre todos os estilos de dança, o que mais se destaca por ser extremamente académico. Tal organização técnica e terminológica apenas foi conseguida por alguns estilos que muito se inspiraram no seu academismo.




À Dança Oriental o Ballet trouxe uma certa ordem, técnica, nomenclatura e elegância a um estilo completamente descontraído, folclórico e tradicional. Foi em 1930 que o Ballet Russo entrou para a História da Raqs al Sharqi.




Neste post pretendo exactamente reunir todos os termos de Ballet usados na Dança Oriental.




A primeira abordagem sobre este tema recai sobre as posições básicas do Ballet e suas terminologias. Devo salientar antes de mais que todos os movimentos quando transpostos para a Dança Oriental sofrem pequenas ou mesmo grandes alterações. Aliás prefiro chamar-lhes adaptações.




Posições básicas do Ballet:

Posições e Passos:

- Plié (pronuncia-se pliê): Flexão dos joelhos ou do joelho. Pode ser feito em todas as posições de pés, sem tirar os calcanhares do chão.

-Demi-plié (pronuncia-se "demipliê"): Pode ser feito em todas as posições de pés. Os joelhos são semi-flectidos, sem tirar os calcanhares do chão.

-Tendu (pronuncia-se "tandi"): Uma das pernas fica esticada à frente, ao lado ou atrás do corpo. As duas permanecem viradas para fora e os ilíacos ficam sempre em linha com os ombros.
-Arabesque: Uma perna é esticada atrás do corpo. A outra perna, pode ser esticada ou em plié. Os ombros e os ilíliacos devem estar virados para a frente.

-Passé (pronuncia-se "passê"): O pé passa pela perna de apoio até chegar á altura do joelho. Forma a posição do núnero quatro no ar. As duas pernas permanecem viradas para fora.
-Atitude (pronuncia-se "atitide"): Uma das pernas fica no ar, ligeiramente dobrada, e a outra fica como apoio. As pernas devem ficar viradas para fora (a coxa da perna que está no ar fica levantada, com o joelho apontado para o lado). -Pirueta: Pode ser feita em várias posições, como no "passé", "arabesque" e "atitude". A perna de apoio deve estar firme para que o giro seja feito no lugar e sobre a ponta. Os braços e a cabeça ajudam a dar o impulso.

-Sissone: É um salto em que as duas pernas ficam abertas no ar, enquanto o corpo se desloca na direcção desejada. O impluso é feito apartir do demi-plié, e as duas pernas saem do chão ao mesmo tempo. Pode ser feito para a frente ("en avant"), para trás ("en arrière") ou para o lado (à la second).

Termilogia do Ballet:
A

Adágio - Derivado do italiano- lentamente.

a) Qualquer dança ou combinação de passos feitos para uma música lenta;

b) Série de exercícios efectuados durante a aula com o intuito de desenvolver a graça, o equilibrio, noção harmónica e beleza das linhas;

c) Parte dos pas de deux clássicos dançados pela bailarina e seu partner. Chamado pelo franceses de Adage.
Allegro - Palavra italiana derivada do latim Alecer (vivaz).

a) Qualquer dança ou combinação de passos feitos para uma música de tempo rápido ou moderado;

b) Parte da aula que se segue ao Adágio;

Arabesque - (vêr posições e passos) Esta posição apresenta algumas variações, tais como:

1) O pé que sustenta o corpo pode estar rotalmente apoiado no chão, na meia ponta ou na ponta;
2) A perna que sustenta a pose pode estar ou não flectida;
3) A posição do corpo pode estar alongada (allongée)ou inclinada (penchée);
4) Também os braços sofrem alterações, sendo eles que determinam as qualificações dos arabesques.
B
Balancé ou Pas de Valse - Balançado. É um passo balançado em ritmo de valsa. O bailarino dá um passo ao lado com uma perna, trazendo a outra para trás desta, com o joelho meio dobrado e a meia ponta no chão; De seguida transfere o peso do corpo para a perna de trás e logo a seguir para a da frente novamente, e sem mudar a posição de ambas as pernas. Também pode ser feito cruzando a perna em frente ou dando um passo para a frente ou para trás.
Battement- Batida. Termo genérico que designa certos exercícios e movimentos da perna e do pé executados sob a forma de batidas.
Bourré, Pas de - É um passo de deslocação em geral com três movimentos das pernas, feitos em qualquer direcção.

C

Cambré ("Cambrê") - Arqueado. Dobrar o corpo a partir da cintura, para a frente, para trás ou para os lados.
Chainés ("Chainê") - Uma série de voltas rápidas em ponta ou demi-pointe feitos em linha recta denro de um círculo.
Chassé ("Chassê") - Um passo no qual um pé lateralmente caça o outro para fora da sua posição.

Coté, De ("Cotê") - Ao lado. Não é um passo; este termo, quando adicionado a outro passo ou exercício, significa que este deve ser executado ao lado.

Cou-de-pied - Peito do pé.

Coupé ("Coupê") - Um passo intermédio feito como preparação ou impulso para algum outro. Um pé corta o outro afastando-o e tomando o seu lugar.

Croisé - Cruzado. Uma das oito direcções do bailarino em relação ao palco e ao espaço circundante.

Croix, En - Em cruz. Fazer qualquer exercício en croix significa executá-lo emfrente, ao lado, atrás e de novo ao lado.

D

Deboulés - Rolar. Pequenos tours, em geral feitos em série, em que o bailarino executa pequenas voltas, transferindo o peso do corpo de uma perna para a outra. O mesmo que CHAINÉS.

Dedans, En - Para dentro. Indica que: (a) o movimento da perna é feito numa direcção circular de trás para a frente; (b) Uma pirueta é executada ao girar para o lad da pernade sustentação.

Degagé - Afastado. Posiçaõ em que o bailarino se encontra sobre uma perna, com a outra afastada,ponta esticada, em frente, ao lado ou atrás. O Degagé pode ser feito en térre , com a ponta tocando o chão, ou en l'air, com a perna levantada a meia ou grande altura.

Dehors, En - Para fora. Indica que: (a) o movimento da perna é feito em direcção circular da frente para trás: (b) uma pirueta é executada girando-se para o lado da perna que levanta do chão.

Demi - Meio, metade. Qualquer posição ou paso efectuado de maneira pequena ou pela metade.

Demi-Pointe - Meia ponta, ou seja, sobre a sola dos desdos dos pés.

Derriére - Atrás. Qualquer passo, exercícioou posição executados atrás, isto é, com a perna fazendo o movimentoatrás da outra ou então fechando atrás.

Dessous - Para trás.indica que o pé que trabalha passa atrás do pé de base.

Dessus - Para a frente. Indica que o pé que trabalha passa à frente do pé de base.

Devant - Em frente. Termo relacionado com qualquer passo ou exercício que é executado à frente, isto é, com a perna fazendo o movimento à frent da outra ou então fechando a perna à frente.

E

Ecarté- Separado. Uma posição do corpo, oblíqua ao público, na qual o braço e a perna estão estendidos no mesmo plano vertical e diagonal em relação ao resto do corpo. As outras posições do corpo são en face, croisé, ouvert (ou effacé).

Effacé - Uma posição do corpo em que o bailarino se encontra de lado para o público.

Enveloppé - Uma rotação do corpo para dentro sobre a perna de apoio enquanto a outra a envolve.

Enchainement - Encadeamento. Qualquer combinação de vários passos numa aula é um enchainement.

En face -De frente. Uma das direcções do corpo, quando o bailarino está de frente para o público.

G

Glissé - Escorregando ou deslizando.

M

Manége - Picadeiro, indica a forma em que o bailarino executa os tours, quando estes são feitos ao redor do palco como se circundasse um picadeiro imaginário.

Marché, Pas - Passo marchado ou andado. Um passo comum, feito com o pé esticado, colocando primeiro no chão a meia ponta em seguida o calcanhar.

P

Piqué - Neste passo deve-se colocar directamente a pointe ou demi-pointe do pé, que está em movimento, em qualquer direcção ou posição desejada, com o outro pé suspenso no ar.

Pirrouette - Pirueta. Uma volta inteira do corpo executada sobre uma perna (na ponta ou meia ponta), enquanto a outra está dobrada, com o pé em frente ao joelho da perna de sustentação. Quando a volta é feita para o lado da perna que levanta, a pirueta é en dehors; quando a volta é para o lado da perna de sustentação, a pirueta é en dedans.

Plié - (Vêr posições e passos).

Port de Bras - Movimento dos braços. É também um conjunto de exercícios realizados com o intuito de melhorar a postura e elegância do trabalho de braços.

Promenade, En - Indica que a bailarina roda vagarosamente sobre um pé sur place com um ligeiro movimento do calcanhar para o lado desejado mantendo a pose pretendida.

R

Relevé - Elevado. Uma elevação do corpo em pontas, meias-pontas, ponta ou meia-ponta.

Retiré - Uma posição naqual a da coxa é elevada de modo a que a ponta do pé ffique encostada levemente ao joelho.

S

Sous-Sous ou Sus-Sus - É um relevé na quinta posição. Os pés devem ficar bem juntos no momento de se elevar em pointes ou demi-pointes.

Spotting - Escolha de um ponto fixo durante a realização de voltas como a pirrouette ou o déboulés. Ao concretizar as voltas a bailarina deve escolher um ponto de referência na direcção para a qual se move e ao rodar deve sempre fixar esse mesmo ponto de referência sendo que a cabeça é sempre a última e a primeira a ir ao encontro dessa direcção enquanto o corpo completa a volta. Este movimento muito rápido de cabeça dá a impresação de que o rosto está sempre virado para a frente , evitando deste modo as tonturas.

T

Tombée - Termo usado para indicar que o corpo cai para a frente ou para trás na perna de movimento num demi-plié.

Tour - Volta. O mesmo que pirueta. Em geral as grandes piruetas são chamadas de tours. Por exemplo, pirrouette en attitude ou tour en attitude. Também as que são feitas em séries, como o tour piqué.

Tournant, En - Virando. Adicional aos passos que podem ser feitos com uma volta do corpo.

*COMO COMPLETMENTO DESTE POST ACONSELHO QUE ASSISTAM E ESTUDEM O DVD "BALLET FOR BELLYDANCERS WITH BRIANNA"

Maria*
P.S- Assim que encontrar mais alguma coisa interessante para colocar neste post, como por exemplo imagens ou outros termos, irei o fazer mas por agora é tudo o que tenho. Se quiserem contribuir já sabem que estão à vontade;)

Dança Oriental:Tabus e Verdades por Joana Saahirah

Neste artigo, Joana Saahirah - bailarina portuguesa que há anos dança no Cairo - fala sobre Tabus e Verdades na Dança do Ventre. *

A “Dança do Oriente” pode ser praticada por Homens ?

Esta não é uma Dança tradicionalmente praticada por Homens pois possui toda uma origem, história, simbologia e movimentos específicos ligados ao Feminino e aos valores que habitualmente lhe estão ligados. Porém existem Bailarinos e adeptos desta Arte Antiga e não é por isso que perdem ou colocam em causa a sua masculinidade, muito pelo contrário!Os Homens podem e devem praticar esta Dança pois poderão usufruír dos seus benefícios e, além disso, desenvolver a sua sensibilidade e entrar num novo mundo em que desenvolverão todo o seu Ser e compreender melhor as Mulheres e a si mesmos!Embora conste que a “Dança do Oriente” nasceu num universo intimamente feminino e está rodeada de simbologia ligada à Mulher foi-se tornando, ao longo dos tempos, numa expressão artística e popular em que os dois sexos participam activamente. Em muitos países do Próximo e Médio Oriente, as crianças de ambos os sexos são ensinadas a dançar desde muito pequenas imitando os movimentos dos seus pais e avós. Nestes ambientes familiares onde a dança renasce de geração em geração ela é utilizada para celebrar ocasiões especiais da vida: o nascimento de uma criança, uma circuncisão, um casamento, uma boa colheita, um feriado religioso, uma reunião de família ou um encontro ocasional de amigos chegados... É uma dança de alegria e celebração. A maioria destas pessoas ficaria chocada e perplexa se soubesse que, no Ocidente, muita gente a vê como uma dança utilizada pelas mulheres com o intuito de seduzir os homens.É muito comum no Egipto actual ver-se um jovem rapaz ou um velho começando espontaneamente a rolar os ombros ou a rodar as suas ancas assim que ouve o mínimo indício de música proveniente de um carro que passa ou do interior de uma loja. Uma das coisas que mais me impressionou nesta minha última viagem ao Egipto foi precisamente a destreza e a habilidade técnica – que, para eles, é espontânea e não estudada – da dança de muitos homens.A maioria das mulheres continua a dançar só no recato do seu lar entre os seus familiares enquanto os homens se juntam facilmente a quem quer que dance por perto...surpreendi-me com o talento, graça e descontração de muitos deles! Para o observador cultural é óbvio que os movimentos considerados pelos ocidentais como “femeninos” são, no
seu contexto cultural de origem, simples partes do vocabulário de movimentos nativos.A melhor documentação acerca dos Bailarinos (homens) ao longo da história chega-nos da Turquia, na maior parte das vezes produto de relatos e notas de viagem datadas do século XVI ao séc.XIX. Estes Bailarinos da Turquia ( grande parte deles jovens rapazes) eram conhecidos por “Kocheks”. Todas as classes sociais da Turquia apreciavam as actuações destes autênticos “entertainers” que actuavam em muitos dos festivais de Istambul ( principalmente durante o séc.XVII, altura em que gozaram o auge da sua popularidade ) e eram requisitados para todo o tipo de festas. Descrições contam que estes Bailarinos tocavam crótalos ( “sagat”- uma espécie de discos metálicos que deram origem às castanholas) ou estalavam os dedos acompanhando o ritmo da música enquanto dançavam. Embora houvesse Bailarinas (mulheres) na Turquia conhecidas por “Chengis” elas não actuavam em público. De acordo com a tradição, homens e mulheres não conviviam socialmente uns com os outros. Como as mulheres não eram vistas em ocasiões sociais com o sexo oposto, as bailarinas eram contratadas para actuar em residências privadas de famílias mais abastadas que lhes podiam pagar para divertimento das dona da casa e familiares.O banho público ou “hamam” era outro sítio em que as Bailarinas podiam actuar. Infelizmente não existe muita informação detalhada acerca dos Bailarinos (homens) no Egipto e o que existe chega-nos , como no caso da Turquia, de relatos de viajantes europeus.Relativamente ao Egipto, estes relatos datam do séc. XIX , um período que assistiu ao eclodir de vários movimentos sociais e culturais: a era Vitoriana, a idade do Romantismo e o movimento Orientalista. A percepção e a forma como estes viajantes viram e assimilaram a cultura oriental está intimamente ligada aos preconceitos próprios das sociedade ocidental de onde vinham e a todos estes movimentos europeus e americanos que ditavam formas de viver que entravam em choque com a essência do Oriente. Os relatos mais conhecidos sobre estes bailarinos no Egipto chegam-nos da obra de Gustave Flaubert, Viagens no Egipto e da obra de W.E. Lane, Maneiras e Hábitos dos Egípcios Modernos. Este último autor conta-nos que, para além das “Gavazi” (tribo nómada conhecida pelas suas bailarinas), existiam homens jovens e rapazinhos que se chamavam “Khavals” e que dançavam da mesma maneira que as “Gavazi” e eram contratados para actuar em casamentos e ocasiões festivas. Estes bailarinos – vistos pelos estrangeiros como efeminados ou mesmo travestis – eram versados em Interpretação, Comédia, Canto e Música. Apesar de serem muito apreciados por todo o Próximo e Médio Oriente, estes bailarinos viram o seu declínio e extinção a partir do séc.XIX. Na Turquia, um édito de 1857 declarou as suas atuações em público ilegais. No final do séc.XIX a Turquia já entrara num rápido processo de modernização e de reformas sociais com o objectivo de manter a sua posição face ao poder mundial. Muitos dos velhos costumes e tradições morreram tanto na Turquia como no Egito. A partir do início do séc.XIX os viajantes europeus começaram a monopolizar as bailarinas, a pedir e a pagar muito bem para as ver a Elas e não a Eles!Hoje em dia, os homens na sociedade árabe não dançam profissionalmente em público – com algumas raras excepções – mas são socialmente aceites como professores. Hoje em dia, é comum encontrar-se óptimos profissionais conhecidos em todo o Egipto e pelo mundo fora basicamente como professores e coreógrafos.*

Há limite de idade ou peso para a prática da “Dança do Oriente”?

NÃO, não há limite algum para a prática desta Dança. O(a) praticante poderá ter qualquer idade, qualquer tipo de Corpo (peso, forma) sem corresponder ao tipo físico imposto pela nossa sociedade, pode ter ou não experiência em Dança ou simplesmente nunca ter feito nada a este nível e ainda assim poder evoluír e chegar a dançar realmente bem. O sucesso da aprendizagem depende mais de outros factores e diferem de pessoa para pessoa.*

Como se pode (tentar) definir “Dança do Oriente”?

Num conceito muito amplo de Dança verificamos que esta é basicamente Movimento (físico, emocional, mental e espiritual) que se exprime e revela em todas as suas “nuances” através da música. Em termos mais específicos, a “Dança do Oriente” é uma sequência de movimentos corporais que são interpretados segundo a pessoa que dança e que possuem significados específicos executados segundo uma variedade imensa de ritmos e dinâmicas. A música específica para estes movimentos é de origem árabe ou egípcia e a sua interpretação exige Técnica mas também espirituosidade, inspiração, concentração e interacção da Bailarina consigo mesma, com os músicos que a acompanham, com os sentimentos que a música desperta, com os movimentos, com o ambiente e público que a rodeia.Não se trata de uma Dança egocêntrica, mas quem a dança tem de comunicar com o seu Interior, consigo mesmo antes de comunicar com quem o(a) está a ver.*

Trata-se de uma dança de sedução?

A Dança Oriental é vista, tanto no Ocidente como no Oriente, como uma forma de entretenimento pouco evoluída e que serve de arma de sedução da parte da Mulher em relação ao Homem. Este conceito evoluiu de um percurso histórico e social que ajudou a que esta imagem distorcida e errada se estabelecesse e deve-se também ao facto de esta ser uma dança misteriosa e incompreensível para a maioria das pessoas, mesmo para o povo árabe! A Dança Oriental é uma arte maravilhosa e alquímica que exige profundidade e conhecimento de causa para ser exercida e devidamente apreciada.
Nada tem a ver com sedução de um indivíduo em relação ao outro mas sim com o lado sedutor da vida, dos sentidos e da beleza do Universo e da alegria de viver plenamente!Embora seja uma dança que realça a beleza e feminilidade da Mulher, não é, de forma alguma, uma forma de agradar a ninguém. Se existe alguém a quem podemos agradar na dança oriental, esse alguém somos NÓS MESMOS!

As alunas iniciadas e suas coreografias: fazer ou não? Como o fazer?; Dúvidas

Alunas Iniciadas e suas coreografias: fazer ou não?


Para quem começou dar os seu primeiros passos na Dança Oriental aqui fica um docinho que encontrei na internet. O texto foi escrito pela bailarina brasileira Luna Mello e dá-nos algumas dicas de como coreografar .


"Coreografar não é colar um passo no outro de acordo com os sons. É muito mais que isso. É se entregar à música, respirar seus instrumentos e dedicar muito tempo a sua concretização. Coreógrafos são artistas, e como disse Tchaikovisky, são também grandes matemáticos. Para coreografar corretamente precisamos entender muito de música, além de entender muito de dança.

Qual a função dos cursos básicos?

Até um ano e meio ou dois anos de aulas a aluna é básica, independente do nome do módulo. A função dos dois primeiros anos é fazer com que ela aprenda os passos básicos isoladamente e consiga executá-los sem erros ou vícios, para evitar problemas futuros.

Além disso estudamos as primeiras ligações. Estruturas ainda bem simples que têm como função a conscientização de pontos essenciais: distribuição, permanência e transferência de peso. Estamos aprendendo a andar.

As professoras sempre passam coreografias simples nas turmas de básico que têm como objetivo estimular a memorização e a inteligência corporal, além de trabalhar desinibição, coordenação motora e fluidez.

A aluna de básico não precisa se preocupar em saber coreografar, pois não tem repertório nem informação pra isso. Suas preocupações devem ser outras. Porém, algumas professoras incentivam suas alunas a criarem suas próprias coreografias para dançar sozinhas.

Como reagir a esse incentivo.

Tem gente com muita facilidade, que cola um passinho no outro e vai dançar. A professora dá algumas dicas e tudo dá certo. Mas esses casos são minorias. Normalmente quem faz isso bem são as alunas mais jovens com pouca auto crítica. A aluna mais velha, que é maioria, fica encabulada com essa situação.

Primeiro você precisa decidir se ir ao palco sozinha é algo que você realmente deseja. Se decidir ir, deve se conscientizar de que está apenas experimentando, não sabe coreografar e assim deve evitar a auto crítica, para não se bloquear nas próximas experiências. Abaixo coloquei algumas dicas que considero importantes e que estão numa linguagem bem simples.



10 dicas para uma boa coreografia.



1. Escolha uma música curta, com no máximo 3 minutos. As músicas árabes são muito longas por isso vale apelar para a edição. A música curta mantém o público entretido e ao final deixa um gostinho de quero mais. Além disso você usa todo seu repertório que ainda é básico.



2. Nunca comece posicionada. Entre sempre depois que acaba a introdução da música. Assim você evita ficar parada sozinha no palco se colocarem a música errada ou se a música demorar para começar a tocar.



3. Use e abuse do véu. Se você já aprendeu a manusear o véu, use-o sempre no começo da coreografia, para fazer uma entrada triunfante ou misteriosa. Use por uns 30 ou 40 segundos e depois desfaça dele de uma forma bem elegante, deixando-o no canto do palco. Vale também entregá-lo à alguém da platéia que você deseja homenagear.



4. Escolha músicas com apenas um ritmo. Fuja das músicas clássicas, elas exigem um maior conhecimento musical. Recorra a artistas que fazem músicas populares onde o mesmo ritmo é tocado a música toda. Saaid, Baladi e Maksoun são os ritmos mais indicados.



5. Não tenha medo de repetir os movimentos. Não se preocupe em ficar procurando passos ‘diferentes’, a repetição não é negativa. Use os mesmos passos quantas vezes você quiser. O que interessa é que você os execute da forma mais correta e bonita que conseguir.



6. Comece pelo refrão. Descubra qual é o refrão da sua música. O refrão é a parte da música que repete várias vezes. Coreografe o refrão e use a mesma sequência de passos toda vez que ouvi-lo.



7. Leia a música. Quando vier um momento lento, ou muito melódico use os movimentos ondulatórios e sinuosos. Quando a música estiver mais rápida e os instrumentos pecurssivos mais fortes, use as batidas e movimentos marcados.

8. Lembre de todas as suas dimensões. Vire de costas, ajoelhe, use seus lados. É muito importante que você explore todos os tipos de posições para que não fique o tempo todo de frente para o público.



9. Assista vídeos e anote as sequências de aulas. Procure na Internet vídeos de alunas básicas e tire idéias novas. Também não deixe de anotar com todos os detalhes as sequências e ligações que sua professora passa em sala de aula. Você sempre pode extrair daí soluções muito úteis!

10. Faça um final marcante.
Coloque uma pose final bem bonita na coreografia, e assim que a música terminar você permanece mais uns três segundos na posição, brincando de estátua, rs. Nesse tempo você estará recebendo os aplausos. Agradeça com muita calma, com um leve acento de cabeça e inclinação de coluna."



ESPERO QUE TENHAM GOSTADO,

Maria;)

Sara Naadirah;

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

AULAS COM


Época de Setembro de 2010 a Julho de 2011 na escola de dança, Dança Livre.

Segundas e quartas


-Iniciado A- 12h30 às 13h30

-Intermédio A- 13h30 às 14h30

-Kid's, dos 4 aos 10 anos, nível aberto- 17h00 às 17h45

-Teenagers, dos 11 aos 16 anos, nível aberto- 17h45 às 19h00

-Iniciado B, a partir dos 17 anos- 19h00 às 20h00

- Intermédio B- 20h00 às 21h00

- Avançado- 21h00 às 22h00


INFORMAÇÃO DE PREÇOS E INSCRIÇÕES:

CONTACTAR A ESCOLA DANÇA LIVRE (Rua Marquês de Fronteira, 76, Campolide)




213 894 190





91 425 82 56

facebook.com/sara.naadirah

USA Bellydance Queen Competition;

terça-feira, 7 de setembro de 2010


A USA Bellydance Queen competition é organizada pela Arab American Association. As inscrições para o concurso de 2010 foram feitas até dia 1 de Setembro.
Podem ficar a saber mais sobre este evento aqui:

East Fest Portugal

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


East Fest Portugal

Hoje em destaque no nosso Bellydance Hall of Fame iremos ter o East Fest Portugal, o primeiro Festival de Dança Oriental Internacional a decorrer em Lisboa.

Eis aqui algumas informações sobre este evento que no meu entender justificam a sua presença no nosso Hall of fame.
O primeiro Festival Internacional de Dança Oriental de Lisboa surgiu da vontade de três bailarinas, Cris Aysel, Filipa Nawaar e Janah Ferreira, de incrementar e promover um grande projecto há muito sonhado.

Junto com a ASCCPM/Estúdio de Dança Sétima Posição, que sempre apoiou e desenvolveu cursos e workshops de dança nas mais variadas áreas, os sonhos tomaram forma. A organização está a cargo de Cris Aysel e Filipa Nawaar, que junto com ASCCPM/Estúdio de Dança Sétima Posição, e contando com o apoio de várias bailarinas, de forma directa e indirecta, fazem esforços para que tudo seja um sucesso...


...E SERÁ!!!


Contactos:










Filipa Nawaar;

domingo, 29 de agosto de 2010


FILIPA NAWAAR

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Natacha Atlas a artista que me acompanhou mentalmente e musicalmente o dia inteiro. Para nós as profundamente apaixonadas (pela dança ou pelo oriente ou pelo que for ou porque sim)
RESPIREM Maria*

Odalisca informática - Uma saga de dar a volta aos miolos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Odalisca informática - Uma saga de dar a volta aos miolos:(

WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE Já temos o nosso blog todo giro e com look trés chic, very pink, rosa até nos encher a vista... Bem esperemos que seja definitivo! Ou talvez não pois quando queremos ser melhor do que somos a mudança parece ser naturalmente inevitável. E para frente é que é o caminho. Como diria a minha querida Tété "meia bola e força". Bem moral da história: "QUEM QUER FAZ QUEM NÃO QUER MANDA!". É verdade meninas andei semanas, talvez um mês inteiro, a pedir que me ajudassem a mudar o template do nosso blog e ninguém conseguiu fazer realmente como eu o queria. Isto porque, segundo consta, os objectivos que tenho para ele estendem-se a algo mais do que um mero blog e na opinião dos meus amigos experts em informática a coisa complica-se um bocadinho: "Ah e tal isso é html, eu não trabalho com isso", ou então, "Pois por aquilo que me estás a dizer o melhor será mesmo fazeres um portal. Só custa uns meros 50€ anuais, fora a manutenção." - "Qual foi a parte de "não tenho dinheiro e não quero ter de pagar a ninguém" que não percebeste?" respondo-lhes com certa frustração... Quer dizer não é que seja uma morte de fome, na verdade ainda não trabalho por conta própria a 100% pois estou a estudar e a trabalhar ao mesmo tempo e o dinheiro que tenho é para pagar os meus estudos e investir na dança (há quem fume, eu danço! Também tenho de ter os meus caprichos!). Para além do mais farto-me muito rapidamente de depender e de estar à espera dos outros para concretizar algo, por isso não se admirem de me ouvir dizer que estou a tirar um curso qualquer sobre como fazer sites ou algo do género. É verdade não estou para estar à espera de NINGUÉM, NÉSUNO, NOBODY para publicitar o meu trabalho. Enfim ofícios de uma freelancer! Se eu vos confessasse que até aos meus 19 anos não tive, não queria e recusava-me a ter um computador talvez não acreditariam mas é a verdade verdadinha. Aos meus 19anos não sabia mexer num computador portanto era infoexcluída. Até que chegou o dia em que tive que me render às evidências e apercebi-me de que eles são essenciais para a divulgação do nosso trabalho. Como tal o meu pai ofereceu-me um portátil e até nos relacionarmos bem um com um outro tivemos que ir beber muitos cafés primeiro... Eu ainda por cima nem bebo café pois é algo que me deixa agitada e isso não é uma coisa muito bonita de se presenciar!!! Apesar de tudo isto aqui me têm desde os primórdios, em que dactilografava os meus trabalhos de escola numa máquina de escrever antiga que o meu avô materno me oferecera, até à actualidade em que, fazendo um esforço sobre-humano, incentivado por uma das minhas maiores características - a teimosia, me vejo perante vós a lutar contra a casmurrice intelectualóide de um código html numa linguagem completamente antagónica à minha... um pouco extraterrestre devo confessar. Mas a vida é assim e mais uma vez afirmo que a paixão é o que nos faz correr por gosto, por isso não cansamos! E foi precisamente a paixão que me levou até ao nosso orientalist new look. O prometido é devido! Bem por hoje é tudo. Aqui vos deixo um videozinho acompanhado da frase do dia, desta vez minha.

MENINA OLHA O UPGRADE!!! É SEMPRE A SUBIR O NÍVEL;)KAKAKAKAKAKAKAKAKAKA

Maria*

terça-feira, 10 de agosto de 2010



AQUI ESTÁ O VÍDEO DO DIA E A MÚSICA QUE NÃO ME SAI DO OUVIDO.

OLÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ

HASTA LUEGO GUAPAS;)

Tabla Solo... O Fogo. O Romance.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010



Tabla Solo... O Fogo, O Romance.
Quando pensamos em Dança Oriental a primeira imagem que nos vem à cabeça é de uma bailarina que se transcende ao som de uma Darbuka. Sem dúvida alguma que a bailarina e a derbake estão intrinsecamente ligadas entre si e em conexão formam, no meu entender, o ex-líbris da Dança Oriental.
Este post será dedicado à ligação existente entre o percussionista e a bailarina, logo por consequência à tabla Egípcia e ao corpo que dança. É sobretudo uma reflexão pessoal sobre a semana de ensaios que antecederam ao espectáculo do dia 26 de Junho.

Para além de ter sido uma semana exaustiva, em que tive que ensaiar o meu solo, ajudar a Teresa a preparar os dela, a dar as suas aulas (pois a Teresa esteve doente), a organizar alguns detalhes para o espectáculo, etc. foi sobretudo uma semana surpreendente. Como referi a Tété esteve doente durante a semana de ensaios mas como sabem no mundo do espectáculo não há quem possa parar o ShowBusiness … “The Show must go one”!!! Por isso os ensaios sobre o solo de percussão, que a Teresa iria apresentar juntamente com o Sérgio, foram feitos por mim e pelo próprio Sérgio. Resultado: Uma MARAVILHOSA aula particular sobre precursão com direito a percussionista e bailarina, só para ensinarem única e exclusivamente a minha pessoa (bem, já estou a ficar convencida!) TCHARAAAAAANNN!!!

Mas vamos voltar ao tema principal deste post: A relação entre a bailarina e o percussionista durante um improviso de tabla. Quando se fala neste assunto a primeira questão que nos surge é a seguinte: Será que o percussionista é quem guia a bailarina ou será que é a bailarina que o conduz?… ou será um jogo de pergunta/resposta entre os dois? Bem meninas, se nos remetermos para o Egipto a resposta é simples - o percursionista segue a Bailariana. Por outro lado há quem defenda outras teorias. No meu entender penso que em Roma devemos ser Romanos pois faz parte de compreender e aceitar  a cultura onde estamos inseridos. Apesar disso o meu bom senso diz-me que são exactamente as três coisas ao mesmo tempo. Confusas?! Não é preciso. Sei que no princípio parece complicado mas não é, aliás nem faria algum sentido se fosse de outra forma. De momento não vos irei falar sobre as estruturas da música árabe e de seus estilos pois essa é uma conversa que para além de ser um pouco complicada “dá pano para mangas”, no entanto posso vos garantir que um solo de percussão, quando tocado de improviso, é composto por 3 momentos, os quais não têm ordem certa para acontecer. Eles são: o momento em que a bailarina indica ao percussionista os movimentos que irá fazer e por consequência o som que quer que ele reproduza (neste caso a bailarina conduz o percussionista); o momento em que o percussionista indica à bailarina o som que irá fazer com o intuito de demonstrar, pondo à prova, as capacidades técnicas, auditivas e musicais da bailarina (aqui quem lidera é o percussionista); e por fim o momento em que surge uma espécie de jogo e de diálogo entre o corpo dançante e o instrumento, no qual existe o tal esquema de pergunta/resposta que pode tanto ser realizado pelo percussionista como pela bailarina, ou seja, ambos podem iniciar este jogo fazendo uma pergunta à qual o outro responde.
Uma outra questão que advém do que anteriormente foi explicado é como é que se relacionam e interagem estes diversos aspectos de forma a resultar numa estrutura coerente, perceptível pelo público, mesmo que seja improvisada? Bem o nosso querido Hossam Ramzy diz que a dança é uma reprodução em 3d do que acontece musicalmente e eu não podia estar mais de acordo. Para fazer algo de improviso seja cantar, dançar ou representar temos, em primeiro lugar, que conhecer e dominar a técnica da arte abraçada. Não é necessário sermos prefeitos pois ninguém o é, apesar de o exigir a mim mesma, e até morrermos estamos sempre a aprender. O que quero dizer é que não se deve começar a construir a casa pelo telhado. Na Dança Oriental assim acontece também. Tanto a bailarina como o percussionista têm de dominar a sua arte e conhecer a do parceiro. A bailarina não pode dançar sem reconhecer, nem que seja só de ouvido, os ritmos que está a ouvir (o que para mim ainda é pouco apesar de ser o mais importante e essencial para quem dança). Em relação ao percussionista esta situação repete-se pois quem toca ritmos árabes, direccionando o seu trabalho para a área da dança, sabe que não o pode fazer sem conhecer visualmente os movimentos da bailarina. Este é o primeiro passo para que um improviso seja bem sucedido. Assim caso haja alguma falha de uma das partes a outra pode sempre apoiar o parceiro sem que toda a estrutura do solo se desmanche ou ainda que algum incidente aconteça estarão por si só em plena capacidade de o resolver. Ambos apoiam-se mutuamente.
A partir daqui tanto a bailarina como o percussionista irão jogar e conjugar estes diversos momentos, algo que pode ser combinado à priori. Fazem-no através de um código corporal e auditivo que pode não ser compreensível para quem está a ver e mesmo entre si pode dar-se a situação de ainda não se conhecer os respectivos códigos mas uma coisa é certa é que toda esta linguagem é percepcionada por ambas as partes. A dança e a música é algo que mexe com os sentidos e se a bailarina ouvir muita música árabe e se o percussionista vir muitas bailarinas a dançar tudo isto ficará registado nos seus cérebros, na sua memória auditiva e corporal, recordando e identificando-os mais tarde através de uma química existente entre o instrumento e o corpo dançante. Por este motivo, a química, muitos percussionistas e bailarinas optam pela exclusividade no que diz respeito à escolha do parceiro com quem actuam pois não existe ninguém que reconheça esses mesmos códigos tão bem como o nosso parceiro. Estes, como disse anteriormente, nem sempre são visíveis para quem vê pois podem ser discretos mas algo deve passar para o público: a química existente entre a bailarina e o percussionista tornando uno o som do instrumento com o movimento do corpo dançante. No meu entender toda a bailarina deve ter a capacidade de se enquadrar com diversos músicos e situações pois este luxo de termos um percussionista só para nós nem sempre é possível mas compreendo que existam os predilectos do nosso coração e com quem gostamos mais de trabalhar.

Como disse anteriormente a química existente entre quem toca e quem dança é muito importante para que o público se sinta envolvido e perceba realmente o que está acontecer em palco. É igualmente importante para o músico e para a dançarina que sejam conscientes um do outro para que todo o mecanismo, estrutura e sobretudo MAGIA inerentes a um solo de percussão possam acontecer em pleno desde os momentos que o contemplam, até à comunicação existente entre bailarina e percussionista, até ao resultado em 3d (e num todo!) e por fim até ao objectivo final que é a comunicação entre artistas, palco e público.
Para finalizar quero apenas referir que tal como Hossam Ramzy referiu num dos seus ensaios sobre a Dança Oriental, o precurcionista é o time kepper, ou seja, o guardador do tempo. É ele quem determina e demonstra tanto à bailarina como á orquestra e ao público quando começam e acabam os diferentes momentos musicais. Por este motivo é ele que quem vai à frente na batuta... como se costuma dizer no Brasil.
Reconheço que, ao analisar o ensaio com o Sérgio alguns destes aspectos estiveram em falha. No entanto devo frisar que tanto para mim como para o Sérgio foi uma experiência quase nova (digo quase pois o Sérgio já actuou com outras bailarinas) sobretudo porque ambos, não conhecendo o trabalho um do outro e sem definir nada à priori, nos deixámos levar pelo amor que temos pela música e pela Dança Oriental. E sem isto nada feito meninas, por isso afirmo "Tabla Solo... O Fogo, O Romance” pois tal como nos romances tem de haver química senão a magia não acontece.

Muitas danças,
Maria*

terça-feira, 6 de julho de 2010

Olá querida(o)s leitora(e)s:

Como podem observar estamos em remodelações... Pois é, e tudo para que este blog o possa servir ainda melhor. Não revelarei o que está por vir pois "O segredo é a alma do negócio" e eu não gosto de criar expectativas que depois ás quais não consiga (cor)responder. Em breve estaremos renovados, com novidades fresquíssimas e deliciosas. Enquanto isso DANÇEM, vão dançando porque dançar é serpentear os nossos espíritos com vibrações de alegria... Por outras palavras LIBERTEM-SE, VOEM E CARPE DIEM.
E já sabem, têm aqui um blog ao vosso dispor por isso disponham;)

Beijinhos Dançantes,
Maria*

terça-feira, 29 de junho de 2010

Olá a Toda(o)s:
Mais uma vez recebi uma mensagem sobre o nosso blog que não conseguiu ser postada. Aqui vai:

Querida Maria,

Tb n consigo escrever comentários no teu blog! Parece q tenho q ser membro mas nao consigo me inscrever (?!). Aqui está o q iria "postar" relativamente ao teu video:

Dear Maria,
I can see your heart when you dance, I can see your beauty when you dance... never forget that oriental dance comes from the heart, from the soul and you have IT! :)
Keep dancing!
Filipa Nawaar *

Beijinhos!!

P.S.- Quem quiser já pode postar os seus comentários uma vez que já alterei as definições de mensagem.

Maria*

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cara(o)s Leitora(e)s:
Aqui vai a mensagem que a nossa primeira seguidora, Catarina Duarte, me enviou pelo facebook uma vez que não a conseguiu postar no blog. Como prometido aqui vai:


Catarina Duarte29 de Junho de 2010 às 0:11
Assunto: Blog -
Olá Maria!
Sou seguidora atenta do blog da Joana e quando vi referência ao teu resolvi vir espreitar...e gostei! :)
Achei óptima a motivação do teu blog, porque ainda há (MUITA) gente que desconhece a verdadeira ESSÊNCIA da Dança Oriental.
Ainda há muito aquela ideia de que a Dança Oriental é para seduzir/provocar os homens.E que ser bailarina é muito fácil, é só dar às ancas, mostrar um bocado de pele, sorrir e já está!Bellydancer instantânea!
E isto é só a ponta do icebergue...lol

Danço há 3 anos, e no meu curto percurso já vi e ouvi muito disparate, de forma que acho o teu blog óptimo, não só como fonte de informação para as/os interessadas/os, mas também para ajudar a esclarecer as mentes menos iluminadas! :p
Agora é divulgar! E um obrigado ;)

Beijinhos e boas danças***

ps: escrevo-te por aqui porque no blog não consegui comentar :p

sexta-feira, 25 de junho de 2010



Aqui está o meu primeiro vídeo sobre Dança Oriental... Adivinhem quem é? Sou eu!!! AHAHAHAHA. A primeira vez que dancei em público. Devo dizer que foi uma experiência palpitante (isto para não dizer mesmo traumatizante) pois várias peripécias acontecerem. Quem é a MALUCA que faz a sua primeira apresentação em público a partir de um improviso? NINGUÉM... A não ser que:
1. Seja masoquista... Ou então… O C.D. estivesse a saltar. Logo o que é que se faz?... Arranja-se outro!!!
2. O lenço estivesse a cair. Logo o que é que se faz?... Tira-se o lenço!!! (UI, isto está a ficar bom);
3. No meio desta confusão começasse a tocar METALICA... Não me perguntem como foram lá parar. Garanto-vos que não fui eu que os convidei. Quando os ouvi nem queria em crer - OH MEU DEUS O QUE ME VAI ACONTECER MAIS??? TIRA-ME DAQUI... ALGUÉM ME AJUDEEEEEEE:(
4. Estivesse vestida para dançar um FLAMENCO ÁRABE E NÃO UM PURO ORIENTAL...
- Maria querida não Stresses. Respira fundo e enche-te de Prana. És uma mulher do teatro, tens fibra, estás habituada a imprevistos por isso toca a vestir a camisola pois tens um público a tua frente a pedir um espectáculo - as vezes temos que nos convencer a nós próprias e dar-nos um pouco de alento;)

E foi assim que sai do meu casulo, foi duro mas aqui estou... Podia ter sido melhor?! Se calhar podia mas não era a mesma coisa!!!

Agradeço que façam comentários desde que sejam construtivos/produtivos. Sabem que serão sempre bem-vindos.

Espero que gostem pois para mim este será o primeiro de muitos e terei todo o gosto em que vocês me possam acompanhar desde o primeiro momento... Com defeitos e qualidades.

Maria*

P.S.- OBRIGADAAAAA CATARINA DUARTE POR SERES A PRIMEIRA SEGUIDORA DO NOSSO BLOG. ESTÁS EM CASA, POR ISSO QUALQUER COISA QUE PRECISES É SÓ DIZERES. UM BEIJINHO GRANDE*

Joana Saahirah

segunda-feira, 21 de junho de 2010


O Post da nossa querida Joana
NÃO HÁ COINCIDENCIAS!!! Quem é a primeira estrela a pertencer ao The Bellydance Hall of Fame do nosso blog?! JOANA SAAHIRAH TCHARAAAANNN. Não podia-mos ter começado melhor, pois não?! Eis as razões pelas quais não existem coincidências:

1º Foi através da Joana que recebi a minha primeira CASSETE com musicas de Dança Oriental (a partir daí fiquei completamente apanhadinha de todo!!!);

2º O meu primeiro Workshop foi a Joana que o ministrou (aí ainda fiquei pior);

3º Porque o primeiro post do blog foi dedicado ao Bellydance e quem melhor para o representar e defender, sendo um orgulho Nacional e exemplo de coragem... um pouco de loucura saudável também;), do que a própria Joana?!;

4º Porque é um orgulho estrear o nosso Hall of Fame com o Ouro da Casa;

5º Para mostrar com humildade e simplicidade a quem faz juízos de valor à priori que todo o trabalho, empenho, amor, suor, saudades e talvez algumas lágrimas da parte da Joana são dignas de serem RESPEITADAS E VALORIZADAS.

UM VIVA À JOANA (QUE SEJAS BEM-VINDA) E AO BELLYDANCE!!!

Com carinho e admiração,
Maria*

www.joanamagica.blogspot.com

Galinha no Açafrão

domingo, 20 de junho de 2010


Receitas Árabes (Galinha no Açafrão):

1 galinha grande
4 colheres (sopa) de manteiga
2 cebolas médias
1 dente de alho
1 envelope de açafrão
1 pau de canela
Sal e pimenta-do-reino a gosto
5 xícaras (chá) de água
2 xícaras (chá) de arroz
1/2 maço de salsa
1 colher (sopa) de hortelã seca.
Modo de preparação:
Cortem a galinha em pedaços e dourem-os na manteiga, juntem a cebola e o alho picado, o açafrão, a canela, o sal, a pimenta e a água. Cozinhem até amaciar, retirem e desfiem a galinha. Reservem.
Cozinhem o arroz no caldo de galinha em lume brando, quando estiver pronto, coloquem a salsa e a hortelã.
Coloquem a galinha desfiada numa travessa, rodeada de arroz.

*Para quem não come carne pode utilizar peixe , camarão, legumes, seitã em molho de soja ou tofu fumado (pois têm mais sabor); embora não seja tão tradicional! Se quiserem substituam a manteiga por azeite, o arroz prefiram o integral, ponham pouco sal e não se esqueçam: se optarem por usar seitã ou tofu estarão a misturar dois hidratos de carbono diferentes por isso usem os legumes.

صادق (Bom Apetite)
Maria*

Arroz de Damasco


Receitas Árabe (Arroz de Damasco)

Ingredientes:
1 xícara (chá) de damasco
5 xícaras (chá) de água
1 cebola média
3 colheres (sopa) de manteiga
2 xícaras (chá) de arroz
Sal a gosto.
Modo de preparação:
Fervam o damasco com uma xícara de água durante 5 minutos. Retirem, piquem e reservem.
Refoguem a cebola na manteiga, juntem o arroz, o sal, o caldo de damasco e mais 4 xícaras de água a ferver.
Cozinhem em lume brando durante 15 minutos. Quando o arroz estiver pronto, misturem o damasco, apurando por alguns minutos.
Sirvam de seguida.

*Se preferirem uma versão mais saudável desta receita exprimentem substituir a manteiga pelo azeite; o arroz pode ser integral... e claro pôr pouco sal!!!

شهية طيبة (Bom apetite),
Maria*

Ventre e seus mitos: aumento abdominal e o homem na dança

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ventre e seus mitos: aumento abdominal e o homem na dança

No passado dia 27 de Maio tive a minha última aula de voz deste ano lectivo. Para matar a curiosidade a minha professora, Mariana Norton, pediu-me que dançasse um pouco para que pudesse ver o que era a Dança Oriental. Como uma colega minha também é bailarina, de Dança Clássica e Contemporânea, a conversa acabou por se desenvolver graças ao seu interesse.
Desta conversa duas questões se destacaram. A primeira debruça-se sobre o mito de que a Dança Oriental pode provocar o aumento da zona abdominal. A segunda pergunta surge como uma duvida intermitente: Será a Dança oriental realizada apenas de mulheres para mulheres ou existe somente com o intuito de entreter e seduzir a classe masculina?
Como resposta à primeira pergunta afirmo desde já que a Raqs al Sharqi não contribui de modo algum para o aumento da zona pélvico-abdominal.
Ora vejamos; A Dança Oriental tem raízes muito fortes ligadas às religiões pagãs e ás culturas nómadas que surgiram por todo o crescente fértil. Destas destaco as que se edificaram ao longo do Rio Nilo e as que viviam no Deserto do Sahaara. Umas das principais características da cultura pagã é o culto à Deusa mãe, deidade que personaliza a fertilidade da mulher. Muitos dos rituais realizados em honra desta Deusa incluíam uma forma primitiva e bastante espiritualizada daquilo que hoje em dia é reconhecido como dança. Durante estes rituais era comum o uso de movimentos pélvicos e abdominais, os quais aludiam à fertilidade da mulher, da Terra e da Deusa. Esta deidade feminina é reconhecida como Deusa Terra-Mãe, Deusa Mãe ou ainda a Grande Mãe. Os movimentos preconizados durante estas cerimonias religiosas eram intencionalmente executados com o intuito de preparar a mulher para o parto, tornando-a mais fértil sob a protecção da Deusa Mãe. Por outro lado representavam o parto em si.
Mesmo hoje em dia ainda existem alguns povos, tribos do interior do Marrocos , cujo suas mulheres realizam ritos de fertilidade especialmente durante o parto. Segundo a pesquisadora norte-americana Morroco, as ondulações abdominais consistem na imitação das contrações do parto. Neste momento as mulheres fazem uma roda em volta da parturiente executando um conjunto de movimentos que resultam num complexo trabalho pélvico. Servindo de inspiração e de ajuda, estes movimentos devem ser executados no momento em que a puérpera dá à luz, enquanto a futura mãe fica de pé, realizando também os movimentos das ondulações com a coluna. Estas mulheres são assim preparadas para o parto desde pequenas, através de danças muito semelhantes à Dança do Ventre.
Como pudemos observar a Dança Oriental é naturalmente concebida para o corpo da mulher. Anatomicamente o que distingue uma mulher de um homem são os seus caracteres sexuais secundários, nomeadamente o desenvolvimento do peito e da bacia.
Nas danças do ocidente, em especial no Ballet, é exigido ao corpo feminino que se apresente dentro de certas medidas. Regra geral as bailarinas clássicas não têm o peito, a cintura e o ventre muito desenvolvidos pois os exercícios executados não o permitem. As suas pernas, os seus braços, a sua cintura e o seu peito têm de se inserir num conjunto de medidas pré-definidas. Muitos dos exercícios de Ballet clássico contribuem para que o corpo da bailarina, principalmente se dançar desde criança, se desenvolva dentro destes parâmetros.
Em contra partida a Dança Oriental privilegia as formas femininas pois todo o trabalho executado concentra-se na zona da bacia, no músculo pubococcígeo, na zona abdominal e peitoral. Desta forma enaltece o corpo da mulher contribuindo para que se torne mais curvilíneo, tonificando-o e promovendo o seu desenvolvimento de uma forma natural, especialmente da zona da cintura, do peito e por vezes da pélvis (a tão conhecida barriguinha de Vénus).
No entanto isto não significa que uma bailarina de Dança Oriental tenha que ser voluptuosa, com um colo generoso ou anca larga. Cada corpo é um corpo e o (não/muito/pouco) desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários varia de mulher para mulher. O facto de se começar a dançar muito nova, em especial a partir da puberdade (mais ou menos 14 anos), contribui para que esta situação possa acontecer com uma maior probabilidade.
Gostaria de salientar que ter uma barriguinha de Vénus não quer dizer que uma pessoa seja gorda. Antes pelo contrario esta faz parte da anatomia natural da mulher. Ter uma barriga de Vénus é ter um ventre em forma de gota por isso não implica que se tenha um estômago dilatado ou então o famoso e ilustre “pneu”.
Todos estes preconceitos são alimentados por uma imagem pré-concebida da mulher e da bailarina oriental.
A Raqs al Sharqi promove as formas femininas e não faz crescer seios ou ancas de forma despropositada e muito menos onde eles não existem!!!
Tendo esclarecido esta questão, e espero que bem, irei prosseguir com a próxima pergunta. Será a Raqs al Sharqi uma dança realizada apenas de mulher para mulher ou existe para entreter e seduzir os homens? Podem os homens dançar?
Como puderam observar Historicamente, e em certa parte, a Dança Oriental foi concebida e direccionada para a mulher. Mas isto é apenas uma meia verdade pois não comtempla a História, a importancia e o papel do homem enquanto bailarino.
Por outro lado devo frisar que a Dança Oriental não teve origem num só lugar ou a uma determinada altura. Existem diferentes tipos de dança - folclóricos , clássicos ciganos, etc. que acabaram por acontecer devido a inúmeras situações. Esta que acabo de referir na primeira questão deste post, é apenas mais um dado Histórico deste grande enredo e que esclarece a razão pela qual muitas vezes se diz que a Dança Oriental é apenas e exclusivamente feminina, claro está acrescentando e contribuindo com toda a questão anatómica de que anteriormente falei.
Retomando o percurso pelo qual trilhávamos, refiro que para os Árabes a Dança Oriental é apenas um evento/manifestação cultural. A sensualidade que achamos estar inerente a si é consequência de uma má leitura, onde predominam os retratos Ocidentalizados e de visão vitoriana, romântica e católica, os quais nos impedem, e impediram durante muitos anos, de sermos coerentes no que diz respeito a imparcialidade Histórica.
Da mesma forma que no Ocidente a dança é uma forma de arte ou uma forma de sedução assim também o é no Oriente... e nem por isso ouvimos dizer que o Vira Minhoto, por exemplo, é uma excelente forma sedução!!!
Simultaneamente à situação supra mencionada, e explicando de uma forma linear e prosaica, existiam em ambiências diferentes dois tipos de bailarinas: as Ghawazees (ciganas) que actuavam nas ruas da cidade e que viajavam de país em país numa espécie de espectáculo itinerante; e as Almehs (cortesãs) que se apresentavam nas cortes declarando poesia, tocando musica e dançando. As Ghawazees deram origem às Danças Ciganas; as Almehs à Dança Clássica Egípcia (hoje muito influenciada pelo Ballet Clássico Russo); e as mulheres que do seu seio familiar saíram trouxeram para as ruas o estilo Baladi ou Beledi (que significa natural/nativo de um país/região). Este último estilo de dança é o mais popular (entenda-se mais próximo ao povo) por todo o Egipto e se hoje em dia entrarmos numa casa particular podemos ainda assistir, juntamente com toda a família, a uma dança executada de uma forma informal e desprovida de técnica, aproximando-se assim da sua essência.
Actualmente existem muitos homens que são excelentes bailarinos e professores de Dança Oriental. Contudo esta situação não é novidade! Se estudarmos a formação das primeiras civilizações, passando pela História do Islão, pelo redescobrimento Ocidental das culturas Orientais, sobretudo apartir do século XIX com o Orientalismo, e terminando na actualidade, iremos constatar que a presença masculina na Raks Sharki tem sido uma constante que infelizmente é muito desprezada. Geralmente falamos na castração que o sexo feminino tem sofrido ao longo de décadas e através de certas culturas, e em particular na cultura Mulçumana, mas esquecemo-nos de observar o outro lado da questão! SIM OS HOMENS TAMBÉM DANÇAM!!! E NÃO É SÓ A DANÇA ORIENTAL... ELES VÃO ÁS DISCOTECAS, FAZEM BALLET, DANÇAS DE SALÃO, ETC. E POR AMOR DA SANTA NÃO DIGAM QUE SÃO HOMOSEXUAIS/EUNUCOS/TRAVÉSTIS PORQUE ISSO É PRECONCEITO!!!
Para finalizar gostaria de fazer um pequeno apontamento ao facto de existirem diversas danças masculinas por todo o Médio-Oriente, tais como a Dabke, o Tahtib, a Tanoora muitas das quais inspiraram bailarinas e mulheres a desenvolver a sua dança e a sua performance ou apenas por ser uma forma de emancipação feminina no mundo árabe. Exemplo disto é o Tahtib.
.
Boas danças,
Maria*
P.S - Como complemento a este post sugiro que leiam a entrevista "Dança do ventre: tabus e verdades por Joana Saahirah" postada aqui neste blog. Nela poderão compreender melhor o papel do homem na Dança Oriental, que de todo não lhe é alheio!

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